
29/09/2015
O Governo do Estado de São Paulo vai fazendo sua lição de casa, no que se relaciona à restauração ecológica de áreas ciliares degradadas, no âmbito do Programa Nascentes. Pouco mais de três meses após o plantio de mudas de espécies nativas, como marmelinho, uvaia e capixingui, no ‘Sítio Santo Antônio’, propriedade do casal Osmarina e Acácio, em Joanópolis – município próximo à represa da Cachoeira, um dos grandes reservatórios do Sistema Cantareira – , as plantinhas vão dando o ar de sua graça, a despeito do período seco que assolou a região.
“A área de plantio do sítio está em franco desenvolvimento”, atesta o geógrafo Dagoberto Meneghini, da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA). “A área apresenta boa manutenção. As mudas estão ‘pegas’”, afirma ‘Dago’, como é mais conhecido o especialista, que participa há muitos anos dos projetos ‘verdes’ do Sistema Ambiental Paulista (AmbienteSP).
Aliás, na visita técnica à região, organizada pela SMA com a Oscip Iniciativa Verde, no último dia 23/09, outro sítio, pertencente ao sr. Ascânio, também fez parte do roteiro. Essa área foi objeto do antigo ‘Projeto de Recuperação de Matas Ciliares’, tendo recebido 2.200 mudas, em 1,21 hectares, em 2008. “Nós estamos podendo constatar hoje os frutos e o legado daquele trabalho, que serviu para nós, técnicos da SMA, como base para os conhecimentos que detemos atualmente e que viabilizaram o Programa Nascentes”, diz Dago.
“O ‘Mata Ciliar’, que teve plantio de mudas nativas em Joanópolis, em várias propriedades rurais, foi a base para a implantação, fomento, pesquisa, mobilização, desenvolvimento de subsídios para políticas públicas, além de formação de cadastros de proprietários, com suas áreas de disponibilidade para plantio e a conscientização ambiental e o semear da vontade de participar”, atesta.
O técnico complementa que, depois disso, empresas e ONGs deram continuidade ao trabalho e estão presentes e atuantes na região, a exemplo da Iniciativa Verde e viveiros como a ‘Da Serra Ambiental’, que acompanharam os visitantes, alguns estrangeiros, de países da América do Sul e também dos Estados Unidos. O Programa Nascentes objetiva a proteção dos mananciais e a meta inicial é restaurar cerca de 20 mil hectares de matas ciliares e proteger 6 mil quilômetros de cursos-d’água com investimentos públicos e privados, principalmente nas bacias hidrográficas do Alto Tietê, Paraíba do Sul e Piracicaba/Capivari/Jundiaí.
A restauração ecológica de áreas ciliares degradadas, inserida no Programa Nascentes, condiz com a Diretriz 1 ‘Conservação Ambiental e Restauração Ecológica’ da plataforma de gestão do Sistema Ambiental Paulista (AmbienteSP).
Texto: Mário Senaga