31/03/2017

Luciana Reis

A Secretaria do Meio Ambiente certificou 20 produtores participantes da etapa piloto do Protocolo de Intenções para Promoção da Transição Agroecológica e Estímulo à Produção Orgânica assinado com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), com a Associação de Agricultura Orgânica (AAO) e com o Instituto Kairós. A certificação aconteceu nesta quarta-feira, 29, no Auditório Paulinho Nogueira, no Parque da Água Branca, zona oeste da capital paulista.

A ideia do Protocolo é estimular a adoção de práticas agrícolas sustentáveis por agricultores; promover o uso sustentável dos recursos naturais; e incrementar a produção, a oferta e o consumo de alimentos saudáveis. Os 20 produtores são da região metropolitana de São Paulo e foram reconhecidos pelo comprometimento com a produção mais sustentável, que envolve, além do banimento de agrotóxico, adequação ambiental da propriedade, conservação do solo, saneamento e utilização correta da irrigação, entre outras medidas.

De acordo com Araci Kamiyama, diretora do Departamento de Desenvolvimento Sustentável (DDS/SMA), o período de transição é permeado de desafios e dúvidas dos produtores rurais. “O protocolo é uma ferramenta que contribui para a transição agroecológica e está alinhado com a tendência mundial”, destacou Araci.

Uma das certificadas, a produtora Telma Margarida de Jesus contou que sua família sempre trabalhou com produção de alimentos, mas o aumento da demanda por produtos saudáveis impulsionou a busca por garantia de qualidade. “Esse certificado valoriza o nosso trabalho e também traz novas possibilidades de mercado, uma vez que reconhece que estamos na transição para produção orgânica”, explicou.

Ao aderirem à transição agroecológica, os produtores se comprometem a adotar as práticas de transição. Para isso, é feito um acompanhamento da área de produção, levando-se em conta aspectos ambientais e as práticas agrícolas utilizadas. Os resultados dessa avaliação são usados para desenvolver um plano de trabalho de transição agroecológica, com o cronograma das ações que o agricultor deverá adotar para minimizar o impacto da sua produção. O plano de transição serve também de base para os monitoramentos, nos quais os técnicos avaliam os avanços e as dificuldades do produtor nesse momento de mudança.

Os termos do Protocolo prevêem ações de educação, englobando cursos, capacitações e materiais educativos, que abordam temas que vão desde a prática de conservação do solo, do controle de erosão e uso racional da água até a adequação ambiental da propriedade.

“O Protocolo é uma forma de reconhecimento do esforço dos agricultores que se dispõem a essa transição agroecológica. Em um modelo de produção mais sustentável, em que meio ambiente e população ganham com o uso sustentável dos recursos naturais e maior oferta de alimentos saudáveis. Já os produtores têm acesso a novos mercados”, explica Araci.

O evento de certificação também contou com a participação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), da Associação de Agricultura Orgânica (AAO) e do Instituto Kairós.