As águas de março fecham o verão e anunciam o outono, início da estação seca, motivo de preocupação por conta do aumento de risco de incêndios. Por isso, a Operação Corta Fogo, trabalho de prevenção e combate aos incêndios florestais no Estado de São Paulo, já iniciou os preparativos com ações de treinamento de brigadistas, a construção de um plano de prevenção e combate para as unidades de conservação e parcerias com os municípios e setor produtivo.

Além dessas, a Operação manterá as ferramentas implementadas em anos anteriores, como os Polos de Prevenção e Combate nas Unidades de Conservação estaduais Campos do Jordão, Juquery e Porto Ferreira, que abrangem 14 unidades de conservação, o uso de aeronaves e a campanha de prevenção em rodovias, uma parceria com a Artesp e empresas concessionárias, com mensagens nos painéis fixos e móveis e ações nas redes sociais e internet.

“Na estação seca iniciamos também a Operação Corta Fogo, que integra as ações dos atores governamentais e do setor privado, buscando otimizar os esforços de prevenção, monitoramento e combate aos incêndios. Apenas por meio de uma rede de informações e ações integradas podemos fazer frente a essa ameaça e mitigar os efeitos devastadores do fogo para as matas nativas e áreas protegidas”, destacou Sérgio Marçon, coordenador de Fiscalização Ambiental, da Secretaria do Meio Ambiente (CFA/SMA).

2017, um ano quente

No ano passado foram 5.203 focos de incêndio, contra 3.193 do ano anterior. Só em setembro, foram 2.610 focos, o maior número já registrado em um único mês desde o início da série histórica medida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998.

Segundo dados da Corta Fogo, os incêndios em Unidades de Conservação e demais Áreas Protegidas Estaduais, atingiram este ano 3.828 hectares de matas. Para o trabalho de combate, foram envolvidos brigadistas municipais, além do corpo de funcionários e guardas-parques da Fundação Florestal e do Instituto Florestal, e também das Defesas Civis do Estado e Municipais  e Corpo de Bombeiros, que utilizaram apoio de helicópteros Águia da Polícia Militar para combate aos incêndios.

Também aderiram às redes de combate da Operação 103 usinas de álcool e açúcar, por meio dos Planos de Auxílio Mútuo (PAMs).

Em ação

A Operação Corta Fogo, instituída em 2011, é coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente (SMA), que articula as ações de órgãos como o Corpo de Bombeiros, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de São Paulo, a Polícia Militar Ambiental (PAmb), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo (FF) e o Instituto Florestal (IF). Quatro programas integrados e complementares são desenvolvidos pela Corta-Fogo, envolvendo prevenção, controle, monitoramento e combate a incêndios florestais.

Texto: Luciana Reis
Foto: arquivo