
23/11/2018
Etanol mais verde é apresentado em mesa redonda sobre biodiversidade e energia
O secretário do Meio Ambiente Eduardo Trani participou hoje, 23 de novembro, em Sharm El Sheik, no Egito, de mesa redonda com a temática de biodiversidade e energia durante a COP 14. Trani destacou, em sua apresentação, o cenário de cultivo de cana em SP, que representa 12,2% do mercado global de etanol e 46,6% do mercado nacional e os desafios enfrentados com a adequação a uma matriz de desenvolvimento sustentável, traçando os avanços dos protocolos agroambientais e também seus próximos passos.
Etanol Verde
O primeiro protocolo ambiental, denominado Etanol Verde, foi assinado para combater os principais problemas na indústria sucroenergética. O sistema de colheita com queima gerava problemas ambientais, sociais e de saúde pública. O protocolo então implementou ações para reduzir o consumo de água nas usinas, a emissão de gases de efeito estufa, o licenciamento ambiental para a expansão de terras usadas no plantio e a proteção em áreas de nascentes e ribeirinhas.
O protocolo integrou as ações das Secretarias do Estado de São Paulo de Meio Ambiente e de Agricultura e Abastecimento e englobou 98% do setor privado do setor de produção de cana, com participação da ÚNICA – União das Indústria de Cana de Açúcar e ORPLANA – Organização dos Plantadores de Cana.
Etanol Verde criou mecanismos para estimular e consolidar o desenvolvimento econômico na indústria da cana e reduziu os prazos para a proibição da queima em áreas mecanizadas (de 2021 para 2014) e não-mecanizadas ( de 2031 para 2017); implementou planos técnicos para a conservação dos recursos hídricos e conservação do solo; proibiu o uso da queimada para expansão de áreas de cultivo; aprimorou controles de emissão de gases poluentes, uso de agrotóxicos e reuso e reciclagem de resíduos do processo industrial. As indústrias foram certificadas anualmente mantendo as informações atualizadas quanto à implementação do plano de ação.
O protocolo teve inúmeros resultados positivos: o plantio de 38 milhões de árvores nativas em ações de restauração e compensação ambiental; a redução de 40% (desde 2010) de consumo de água no processo de industrialização da cana nos engenhos e da emissão de 9.91 milhões de toneladas de CO2 (desde 2006) e mais de 59 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos (CO, PM e HC). Ainda teve 5.3 mil MW de poder energético instalado no período, buscando a autossuficiência energética do setor, equivalente a 36% do consumo residencial do estado.
Etanol mais verde
Um novo protocolo, o Etanol Mais Verde, foi criado em 2018, focado principalmente nos desafios surgidos da proibição da queima e mecanização nos processos da indústria. Ele complementa o primeiro, com ações destinadas a eliminação completa da queima; a prevenção e combate a incêndios; a conservação contra a erosão e compactação do solo; a melhora nos processos de reuso da água; a proteção e restauração de áreas de nascentes e ribeirinhas; a adoção de medidas de proteção à fauna nativa; a responsabilidade e certificação de práticas socioambientais; ao melhor uso dos subprodutos da industrialização da cana como bagaço, a vinhaça e a palha da cana; além de indicar possíveis caminhos para as questões sociais com o deslocamento e capacitação da mão de obra.
Para finalizar as ações do Estado de SP, foram apresentados os trabalhos realizados no Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE), no Cadastro Ambiental Rural (CAR), no Restaura SP, nas câmaras setoriais, além das ações de licenciamento e monitoramento ambiental.
Para mais informações sobre a COP14, acesse: http://www.nrg4sd.org/