
12/12/2018
O Estado de São Paulo foi convidado para representar o grupo de Governos Locais e Autoridades Municipais, por meio do ICLEI, para compor o Diálogo de Talanoa da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). O convite, feito na terça-feira dia 11, representa grande prestígio para o governo paulista, já que se trata de um segmento ministerial de alto nível na 24ª Conferencia das Partes, a COP24, inaugurando assim sua fase política.
Moderado pela Lituânia, o Diálogo de Talanoa contou com a participação de representantes dos governos nacionais da Estônia, Irlanda, Ilhas Cook, Ilhas Salomon, Ilhas Antígua e Barbuda, Camboja, Togo e Burkina Faso. São Paulo foi o único representante dos governos subnacionais, devido ao seu pioneirismo em organizar o primeiro Diálogo no Brasil, em junho de 2018.
Além do evento, o Estado também foi protagonista ao iniciar um comprometimento com metas de redução de emissões de gases de efeito estufa em 2009, através de sua Política Estadual de Mudanças Climáticas, a PEMC. “Os governos subnacionais podem e devem iniciar os processos nacionais relacionados à ação climática onde a urgência e ambição são necessárias”, ressaltou o secretário adjunto da SMA, Marcelo Elias, que ainda citou as redes de governo parceiras, como o Climate Group, ICLEI e nrg4SD como atores importantes nessas ações.
O compartilhamento de histórias é um dos fatores integrantes do Dialogo de Talanoa e o secretário adjunto apresentou, no evento de junho, a história relatada pelo município de Santos, no litoral paulista, que já enfrenta impactos do aumento do nível do mar e da erosão costeira.
Abrigando em seu território o maior porto do Brasil, a Prefeitura de Santos criou uma Comissão de Mudanças Climáticas, reunindo os setores público e privado, academia e sociedade civil organizada com o objetivo de implementar o Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas. Um projeto piloto em parceria com a UNICAMP também está em andamento. Neste projeto foi desenvolvida uma tecnologia simples, baseada em sacos com areia da praia estrategicamente localizados (geobags) para dissipar a energia das ondas, diminuindo assim a erosão costeira causada pelas ressacas. Apesar da aplicação recente, já foi possível observar uma redução da invasão das ondas na avenida costeira.
Marcelo Elias também citou o projeto de capacitar agentes governamentais e da sociedade civil de nove cidades da região da Baixada Santista, com o objetivo de identificar vulnerabilidades, propor medidas de adaptação e acessar recursos financeiros para a implementação de soluções.
Por fim, foi citado como um próximo desafio do Estado de São Paulo o desenvolvimento do projeto “2050 Pathways”, modelo para definir caminhos de baixo carbono para um planejamento de longo prazo e diminuição de emissões de gases de efeito estufa.