
27/12/2018
A implantação de sistemas Agroflorestais (SAFs) ganhou uma nova ferramenta de apoio: o KE-SAF, um kit elaborador de sistemas agroflorestais, composto por 156 peças em MDF encaixáveis, com representação de diferentes categorias de árvores, espécies anuais de produção e de geração de matéria orgânica.
A ideia é que o KE-SAF permita a compreensão de estratos e das funções de diferentes grupos de árvores nativas e exóticas, além de espécies de produção anual e trabalhe com dois momentos da evolução dos SAFs (mudas e 4 anos). É lúdico, de fácil transporte e organização, durável, leve e reprodutível em máquinas de corte a laser.
O KE-SAF surgiu do interesse do designer Elcio Kimura utilizar seu trabalho de conclusão de curso para desenvolver um projeto de tecnologia social aplicável a temática agrícola. Então, sob a orientação da professora Denise Dantas do Curso de Design da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo, procurou a Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN/SMA) para conhecer mais sobre os SAFs. Foi quando conheceu técnicos e agricultores familiares e aceitou o desafio de trabalhar com um tema complexo e com conceitos distintos de sua área de atuação. Assim começou a desenvolver um produto de apoio a elaboração de projetos de sistemas agroflorestais.
E como missão dada é missão cumprida, Kimura apresentou seu kit elaborador de sistemas agroflorestais para a banca examinadora em 17 de dezembro e obteve nota 10. Os próximos passos serão o teste com agricultores e a busca de patrocínio para finalização e ajustes do produto para produção de 30 kits que serão disponibilizados para uso da Secretaria do Meio Ambiente.
De acordo com Neide Araújo, assessora da CBRN, o projeto impressionou desde a primeira versão das peças de madeira. “É uma ferramenta de fácil manipulação, que dará aos agricultores e público a oportunidade de compreender e experimentar um agroflorestal, a sua agrofloresta, com as espécies com as quais tem afinidade”.
Os SAFs são alternativas para restauração em áreas protegidas e seu manejo já está regulamentado pela Resolução SMA nº 189/2018. É crescente o interesse dos agricultores familiares e também dos grandes, como a Fazenda da Toca, Sitião Agroflorestal, a Floresta Viva, entre outros.