
30/06/2021
O Palmito Juçara – Euterpe edulis – é uma espécie nativa da Mata Atlântica ameaçada de extinção em decorrência da exploração exaustiva e ilegal do seu palmito. Atualmente, no estado de São Paulo, as maiores populações remanescentes se encontram em Unidades de Conservação.
Por meio do projeto Conexão Mata Atlântica na Área de Proteção Ambiental São Francisco Xavier, três beneficiários integram a cadeia produtiva do Juçara, com a produção de polpa, derivados do fruto e sementes. Além disso, outros beneficiários incentivam e promovem a preservação da espécie com plantios de Sistemas Agroflorestais (SAFs) e enriquecimento florestal.
Com objetivo de dar suporte à essa produção e às ações de conservação da espécie, a APA SFX recebeu a visita técnica do engenheiro florestal Edgar Fernando de Lucca, pesquisador do Instituto Florestal (IF), para aplicação de metodologia com vistas a inventariar a população de Juçara e instalar parcelas de monitoramento nas referidas propriedades contempladas pelo projeto.
Mediante todos os protocolos sanitários e de segurança indispensáveis à pandemia, as oficinas técnicas ocorreram entre os dias 24 e 26 de maio de 2021, e contaram apenas com produtores e equipe técnica do projeto, o que possibilitou entrosamento e eficiência na aplicação da metodologia em campo.
Em cada uma das três propriedades foi instalada uma parcela de 400 m² (10m x 40m) nas áreas produtivas de Juçara. Em cada uma dessas parcelas, foram inventariados os indivíduos de Juçara em três estágios de desenvolvimento: primeiras as palmeiras adultas, registrada a existência ou ausência de cachos e frutos, e, em caso de presença de frutos, também foi registrado se estavam maduros ou verdes. Depois as palmeiras jovens, que ainda não se encontram em idade produtiva, por isso, para essas não foi registrada a presença de cachos ou frutos. Por fim, foram identificadas as palmeiras regenerantes, aquelas que possuem altura acima de 1 metro e circunferência inferior a 16 cm.
Após esta primeira parcela instalada e a metodologia apreendida, os beneficiários farão a instalação de outras parcelas, nos mesmos moldes, na área de palmital da propriedade, de acordo com o indicado pela equipe. Para determinação do número de parcelas foram consideradas características como tamanho da área produtiva, declividade e presença de outras espécies arbóreas.
Os resultados deste trabalho de inventariar e identificar a espécie e seu potencial produtivo subsidiam tomadas de decisões e clareiam os rumos de sua perpetuidade. Desde a estimativa de produção de fruto que o produtor terá para processar e vender em um ano até o potencial produtivo de sementes da Unidade de Conservação para participação em programas de incentivo à conservação, como o Programa Juçara, da Fundação Florestal, são dados possíveis de serem assimilados através da metodologia aplicada.