Alinhados à Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) foram implementados programas e projetos, que buscam o aumento da resiliência do estado de São Paulo frente aos impactos das mudanças climáticas, destacando-se o Programa Município Verde Azul (Resolução SMA-nº 33, de 28 de março de 2018), o Zoneamento Ecológico-Econômico de São Paulo (Decreto nº 64.526, de 15-10-2019), o Programa Estadual de Prevenção de Desastres Naturais e de Redução de Riscos – PDN (Decreto Estadual nº 64.673, de 16-12-2019), o Programa Nascentes, bem como o Programa Município Resiliente (Decreto nº 64.659, de 11.12.2019), instituído junto à Casa Militar do Gabinete do Governador que tem como objetivo estimular os municípios paulistas a adotarem políticas de redução de riscos de desastres, em conjunto com o desenvolvimento sustentável.

A crise climática global, que está cada vez mais grave, tem causado ocorrências mais frequentes de eventos extremos como deslizamentos, inundações, erosão acelerada e tempestades, e tem afetando gravemente populações em situação de vulnerabilidade, socioeconômica e ambiental. O “Relatório de Qualidade Ambiental do Estado de São Paulo” (2019) registrou 21.322 acidentes/desastres, associados a eventos extremos, no período de 2000-2017, afetando 544 municípios (84% dos municípios do estado) e causando aproximadamente 1.000 mortes, cerca de 300.000 pessoas e 190.000 edifícios foram afetados.

Diante do agravamento dessa situação a cada ano, o Governo do Estado de São Paulo propõe fortalecer os planos e projetos existentes, introduzindo nos processos o planejamento de riscos climáticos e estimulando a gestão das políticas públicas no país, região e município.

O objetivo é incentivar os municípios do estado de São Paulo a organizar e utilizar os dados e informações, coletados em projetos e planos estaduais, como uma ferramenta útil para o planejamento de medidas locais de adaptação às mudanças climáticas, por meio de planos municipais/regionais. Para isso devem ser realizadas capacitações e treinamentos com agentes públicos para o repasse de conhecimento.

Dada a grande experiência da Agência Alemã de Cooperação – GIZ para o desenvolvimento de capacidades no tema risco climático em municípios e regiões brasileiras, com a abordagem da Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE), ou seja, em soluções apontadas pela própria natureza, o Governo do Estado de São Paulo, por meio desta Secretaria, firmou em agosto de 2020, um Convênio de Cooperação Técnica com a GIZ , para dar apoio e somar esforços na capacitação e na promoção de medidas, políticas, planos e estratégias de resiliência nos municípios paulistas, nascendo assim o SubPrograma Piloto do Programa Municípios Resilientes, chamado “Municípios Paulistas Resilientes”.

Como parte das atividades realizadas no âmbito desta cooperação, foi desenvolvido um piloto com 13 municípios e 01 região, selecionados com base em critérios técnicos rigorosos, para um programa inicial de capacitação e treinamento a ser ministrado por técnicos da Secretaria e da GIZ, iniciativa que deverá se estender, progressivamente, a partir de 2023 a todos os demais municípios do estado. O programa de capacitação, se concretiza a partir da assinatura do Termo de Adesão, formalizando um compromisso voluntário e sem custos diretos para a gestão municipal.

A coordenação geral dos trabalhos está a cargo da Assessoria de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da SEMIL e da Subsecretaria de Meio Ambiente, Instituto de Pesquisas Ambientais – IPA , além da Defesa Civil do Estado.

Critérios de seleção dos municípios pilotos para o Projeto Municípios Paulistas Resilientes no Estado de São Paulo

A seleção dos municípios pilotos indicados a participar da Capacitação para desenvolver o Plano Municipal de Adaptação e Resiliências à Mudança Climática em 2020 baseou-se nos conceitos do Programa “Construindo Cidades Resilientes, da Organização das Nações Unidas (ONU)”. Seu objetivo é apoiar as cidades para diminuir os riscos a desastres e aumentar sua capacidade de adaptação e resiliência climática.

Esse programa da ONU apresenta dez passos que os municípios devem seguir para melhorar sua capacidade de adaptação e resiliência. Dentre eles, foram selecionados oito para compor o Índice de Capacidade de Resiliência para a seleção dos municípios pilotos. São eles:

  • GOVERNANÇA
  • RECURSOS FINANCEIROS
  • AVALIAÇÕES DE RISCO
  • PLANEJAMENTO TERRITORIAL E INFRAESTRUTURA CRÍTICA
  • ESCOLAS E CENTROS DE SAÚDE
  • EDUCAÇÃO E PERCEPÇÃO
  • SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS E RECURSOS NATURAIS
  • ALERTA E RESPOSTA

Os passos “ORDENAMENTO TERRITORIAL” e “RECUPERAÇÃO” não foram utilizados em razão da dificuldade de obter indicadores.

Para os oito passos, foram utilizados 31 indicadores aplicando dados que foram extraídos de bases oficiais provenientes, principalmente, do Programa Município Verde Azul e do Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de São Paulo (ZEE/SP).

No resultado final, os municípios foram classificados em cinco classes:

  • muito baixa capacidade de resiliência;
  • baixa capacidade de resiliência;
  • moderada capacidade de resiliência;
  • alta capacidade de resiliência; e
  • muito alta capacidade de resiliência.

Do ponto de vista territorial, o Estado de São Paulo foi dividido em sete regiões hidrográficas.

Os municípios selecionados foram aqueles que apresentaram resultados de baixa/muito baixa e alta/muito alta capacidade de resiliência, distribuídos nas sete regiões hidrográficas do estado.

Foi desenvolvido um piloto com 10 municípios e 01 região, selecionados com base em critérios técnicos rigorosos, para um programa inicial de capacitação e treinamento a ser ministrado por técnicos da SEMIL e da GIZ, iniciativa que deverá se estender, progressivamente, a partir de 2023 a todos os demais municípios do estado.

Municípios selecionados:

  • Gabriel Monteiro
  • Ubatuba
  • Americana
  • Francisco Morato
  • Guarulhos
  • Jales
  • Iguape
  • Registro
  • São José do Rio Preto
  • Rosana
  • Região da Baixada Santista