O Programa Refloresta-SP, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística – SEMIL, tem, dentre seus objetivos, a restauração ecológica, a recuperação de áreas degradadas e a implantação de florestas multifuncionais e de sistemas agroflorestais e silvipastoris, de forma a contribuir para:
- mitigação das mudanças climáticas, por meio da captura e armazenamento de carbono em biomassa e no solo, da redução da emissão de gases de efeito estufa e da produção de energia renovável;
- aumento da resiliência climática, pela ampliação da cobertura natural, especialmente nas regiões com baixos índices de vegetação nativa;
- conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos, pela melhoria da infraestrutura verde associada;
- estímulo à bioeconomia, com geração de trabalho e renda e desenvolvimento econômico e social sustentáveis.
Sua principal meta é apoiar e fomentar a mudança do uso do solo em 700 mil hectares, tendo como foco áreas com pastagens de baixa aptidão agrícola, promovendo ganhos ambientais e econômicos aos proprietários de imóveis rurais.
Além disso, o Refloresta-SP fará o monitoramento dessas áreas e de mais 800 mil hectares que serão restaurados no âmbito do Programa de Regularização Ambiental – PRA e Agro Legal sob coordenação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, totalizando 1,5 milhão de hectares de áreas em restauração e monitoramento até 2050.
As principais linhas de ação previstas para a implementação do Programa Refloresta-SP são:
- Execução do Programa Nascentes;
- Financiamento de projetos municipais para proteção e restauração de paisagens e ecossistemas, com recursos do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição – FECOP;
- Adoção de Projetos de Pagamentos Por Serviços Ambientais;
- Divulgação de recomendações técnicas que tenham por objeto florestas multifuncionais, sistemas agroflorestais e silvipastoris;
- Instituição de planos de ampliação e consolidação de Unidades de Conservação;
- Estruturação de arranjos de financiamentos para apoiar os proprietários rurais na mudança do uso do solo almejada;
- Monitoramento da evolução da cobertura de vegetação natural e acompanhamento de registros no Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica – SARE de resultados e projetos implantados.
Estas ações têm como beneficiários proprietários rurais, prefeituras municipais, associações de produtores, atores das cadeias de produtos florestais madeireiros e não madeireiros, técnicos da restauração, assistentes técnicos de extensão rural, organizações da sociedade civil organizada ligadas à restauração, investidores da bioeconomia, entre outros.
SOBRE O PROGRAMA
O estado de São Paulo possui atualmente 22,9% do seu território com cobertura de vegetação nativa, especialmente na região costeira. Outras regiões, como o oeste paulista, têm déficit de vegetação que afeta o provimento sustentável de serviços ecossistêmicos, dentre os quais: a produção e purificação da água, a polinização e controle de pragas nas culturas agrícolas, a conservação dos solos, o conforto térmico, a beleza e a captura de carbono.
Apenas a restauração obrigatória prevista na Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Lei federal nº 12.651/2012) não será suficiente para recuperar a vegetação necessária para a manutenção dos serviços ecossistêmicos em muitas regiões, o que as tornam mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, à crise hídrica, à degradação do solo e à baixa produtividade agrícola.
O estado paulista possui 2,4 milhões de hectares de pastagens com baixa aptidão agrícola, subutilizadas para fins econômicos, diminuindo o potencial de desenvolvimento econômico e social das regiões em que se concentram.
Com base neste cenário, trabalhando com o conceito de Restauração de Paisagens e Ecossistemas, buscando fomentar a ação voluntária para mudança do uso do solo em imóveis rurais, pela restauração da vegetação nativa ou pela implantação de florestas multifuncionais e sistemas agroflorestais e silvipastoris biodiversos, o Programa Refloresta-SP foi estruturado, nos termos do Decreto nº. 66.550/2022. O Programa compõe a Lei Estadual de Mudanças Climáticas – PEMC (Lei 13.798/ 2009).
São os principais benefícios esperados com a sua implementação:
- aumento da cobertura vegetal no estado de São Paulo, especialmente em municípios com baixa cobertura e, portanto, mais vulneráveis as consequências da escassez de serviços ecossistêmicos, sem interferir nas áreas de boa produtividade agrícola fora de áreas de preservação permanente;
- contribuição expressiva na mitigação da emissão de gases de efeito estufa, aumento da resiliência climática, conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos;
- estímulo à economia da biodiversidade, com geração de riqueza aliada ao desenvolvimento sustentável.
Foi estabelecida, com o apoio da Universidade de São Paulo (GeoLab/ESALQ-USP), uma meta de 700 mil hectares de mudança do uso do solo até 2050 , tendo como base a identificação das áreas de pastagens de baixa aptidão agrícola, das áreas de uso consolidado em Áreas de Preservação Permanente e da cobertura vegetal por município.
A meta constitui uma importante linha de mitigação no Plano de Ação Climática, elaborado pelo Governo do Estado de São Paulo como consequência de sua adesão às campanhas Race to Zero e Race to Resilience, visando à neutralidade das emissões de gases de efeito estufa até 2050.
Para cumprir sua atribuição, o Refloresta-SP tem como principal desafio a promoção de mudanças do uso do solo em larga escala, o que demanda governança estratégica, regional e local, assistência técnica, capacitação, ciência aplicada, investimentos e financiamento com condições adequadas.
RESTAURAÇÃO DE PAISAGENS E ECOSSISTEMAS
Quando se fala em restauração logo se pensa na recuperação de florestas nativas. De fato, esse é o ápice da recuperação de um ecossistema, no entanto, existe um continuum de atividades restaurativas que contribuem para melhorar a integridade do ecossistema e a resiliência socioecológica1, cada qual mais viável e interessante a depender das diferentes características de ocupação do solo, restrições de uso, características socioculturais, potenciais de reabilitação e geração de renda.
A abordagem que almeja recuperar a funcionalidade ecológica e melhorar o bem-estar humano em um espaço geográfico por meio de diferentes atividades restaurativas é denominada Restauração de Paisagens e Ecossistemas. Está é a abordagem adotada pelo Programa Refloresta-SP, com enfoque estratégico na multifuncionalidade das atividades restaurativas, buscando promover ganhos econômicos associados aos ganhos ecológicos.
Dentro deste enfoque, além de fomentar diferentes estratégias de remuneração pelos serviços ambientais de conservação e restauração da vegetação nativa, o Refloresta-SP tem como alvo o desenvolvimento em larga escala de processos restaurativos voluntários através da implantação de sistemas produtivos multifuncionais. Dentro deste espectro de possibilidades encontram-se os Sistemas Agroflorestais – SAF, as Florestas Multifuncionais e os Sistemas Silvipastoris Biodiversos, caracterizados como Sistemas Multifuncionais por combinarem a produção com a conservação dos recursos naturais, auxiliando na conservação dos solos, da água, das áreas florestais, da biodiversidade, entre outros.
Sistemas Agroflorestais – SAF são modelos de produção nos quais as espécies lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras etc.) são utilizadas no mesmo sistema de manejo de culturas agrícolas anuais, semiperenes e/ou produção animal, em alguma forma de combinação no tempo e no espaço, produzindo de forma consorciada alimento, madeira, lenha, forragem, plantas medicinais, fibras e outros bioinsumos. (Veja mais abaixo o curso gratuito disponibilizado pela SEMIL)
Florestas multifuncionais são florestas plantadas com diferentes espécies nativas lenhosas, consorciadas ou não com espécies exóticas não invasoras, para exploração econômica sustentável, ordenadas segundo um desenho espacial pensado em função das condições e funções ecológicas de cada espécie e do arranjo como um todo. Podem produzir produtos madeireiros de alta rentabilidade em longo prazo e produtos não madeireiros (frutas, óleos, resinas, sementes etc.) com possibilidade de geração de receitas em curto e médio prazo.
Sistemas Silvipastoris Biodiversos são uma modalidade de sistema de Integração Pecuária-Floresta (iLP) na qual a produção do gado é consorciada à produção de espécies nativas lenhosas, conjuntamente ou não com espécies exóticas não invasoras, em sistemas de pastejo rotativo e diversificação da cobertura herbácea forrageira, capazes de promover significativo incremento da produtividade da pecuária associado ao novas possibilidades de renda com produtos madeireiros e não madeireiros proveniente das árvores plantadas.
Em uma paisagem em restauração, os ecossistemas nativos conservados ou em recomposição e os diferentes sistemas produtivos multifuncionais se potencializam entre si por meio da produção de serviços ecossistêmicos e promovem diversos benefícios para os cultivos convencionais, para a qualidade ambiental e para o bem-estar humano.
LINHAS DE AÇÃO
A implementação do Programa está sendo realizada, principalmente, por meio das seguintes linhas de ação:
- Modelagem e fomento a programas de Pagamento por Serviços Ambientais;
- Fomento a iniciativas e programas municipais de proteção e restauração de vegetação nativa;
- Observância de critérios ambientais do índice de participação dos municípios no produto de arrecadação do ICMS, em especial o inciso VIII, do artigo 1º da Lei nº. 3.201/1981: 0,5% em função de espaços territoriais cobertos por vegetação nativa, em áreas situadas fora de unidades de conservação de proteção integral que correspondam ao mínimo de 30% área total do município, ou em áreas situadas em Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais, ou áreas situadas dentro de Área de Preservação Ambiental – APA;
- Execução do Programa Nascentes;
- Instituição de planos de ampliação e consolidação de Unidades de Conservação e execução de projetos de restauração nessas áreas;
- Divulgação de recomendações técnicas que tenham por objeto florestas multifuncionais, sistemas agroflorestais e silvipastoris;
- Apoio na estruturação de projetos para financiamento com recursos do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição – FECOP;
- Estruturação de arranjos e linhas de financiamentos com mecanismos financeiros inovadores capazes de combinar múltiplas fontes de recursos para o ganho de escala na restauração de paisagens e ecossistemas;
- Instituição de Programa de Carbono, visando viabilizar a geração de créditos de carbono pelos implementadores de projetos;
- Utilização do Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica – SARE, como instrumento de acompanhamento de resultados e projetos implantados;
- Monitoramento da evolução da cobertura vegetal natural;
- Pesquisa, desenvolvimento e difusão, especialmente pelo Projeto BIOTA Síntese – Núcleo de Análise e Síntese de Soluções Baseadas na Natureza;
- Elaboração de estudos e projetos para aplicação de recursos em áreas de mananciais e para viabilizar fontes desses recursos.
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E RESPONSABILIDADES
A coordenação do Programa Refloresta-SP é atribuição da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística – SEMIL, sendo a coordenação geral do Subsecretário de Meio Ambiente. A coordenação técnica e a equipe estão alocadas na Unidade de Gestão de Projetos – UGP.
O Conselho Estadual do Meio Ambiente é o órgão consultivo do Programa, que conta ainda com Grupo de Apoio com representantes da Coordenadoria de Planejamento Ambiental, da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade, do Instituto de Pesquisas Ambientais, da Fundação Florestal e da CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.
Outros órgãos públicos estaduais participam da execução do Programa, assim como prefeituras municipais, entidades da sociedade civil, do setor produtivo e da Academia também são Parceiros e Apoiadores.
PROJETOS E INICIATIVAS
O decreto de criação do Refloresta-SP determinou diversas linhas de ação para sua implementação. São elas:
- Modelagem e fomento a programas de Pagamento por Serviços Ambientais;
- Fomento a iniciativas e programas municipais de proteção e restauração de vegetação nativa;
- Observância de critérios ambientais do índice de participação dos municípios no produto de arrecadação do ICMS, em especial o inciso VIII, do artigo 1º da Lei nº. 3.201/1981: 0,5% em função de espaços territoriais cobertos por vegetação nativa, em áreas situadas fora de unidades de conservação de proteção integral que correspondam ao mínimo de 30% área total do município, ou em áreas situadas em Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais, ou áreas situadas dentro de Área de Preservação Ambiental – APA;
- Execução do Programa Nascentes;
- Instituição de planos de ampliação e consolidação de Unidades de Conservação e execução de projetos de restauração nessas áreas;
- Divulgação de recomendações técnicas que tenham por objeto florestas multifuncionais, sistemas agroflorestais e silvipastoris;
- Apoio na estruturação de projetos para financiamento com recursos do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição – FECOP;
- Estruturação de arranjos e linhas de financiamentos com mecanismos financeiros inovadores capazes de combinar múltiplas fontes de recursos para o ganho de escala na restauração de paisagens e ecossistemas;
- Instituição de Programa de Carbono, visando viabilizar a geração de créditos de carbono pelos implementadores de projetos;
- Utilização do Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica – SARE, como instrumento de acompanhamento de resultados e projetos implantados;
- Monitoramento da evolução da cobertura vegetal natural;
- Pesquisa, desenvolvimento e difusão, especialmente pela participação no Projeto BIOTA Síntese – Núcleo de Análise e Síntese de Soluções Baseadas na Natureza;
- Elaboração de estudos e projetos para aplicação de recursos em áreas de mananciais e para viabilizar fontes desses recursos.
Parte delas envolve inovações em modelagens, desenvolvimento e articulações entre atores, e estão sendo estabelecidos nesta fase inicial para consolidar uma estrutura consistente de execução para vencer os desafios de ganhar escala ao longo do tempo e garantir o alcance das metas. Parte já está definida, regulamentada e sendo implementada.
Conheça as ações já implementadas pelo Refloresta -SP:
O Programa Nascentes une especialistas em restauração, empreendedores com obrigação de recuperação a serem cumpridas e possuidores de áreas que querem ou devem promover nelas recomposição da vegetação nativa.
São mais de 26 mil hectares em restauração no âmbito do Programa Nascentes, o que equivale a mais de 37 mil campos de futebol.
Seus principais instrumentos são a Prateleira de Projetos, o Banco de Áreas para Restauração, o Ativo Verde e o Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica – SARE.
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A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL) desenvolveu a Plataforma Refloresta-SP como parte do Programa Refloresta-SP para fornecer recomendações sobre as melhores combinações de espécies madeireiras e não madeireiras para cada local e condição do Estado de São Paulo.
O objetivo do Programa Refloresta-SP é incentivar a mudança do uso do solo em regiões de baixa cobertura vegetacional, em especial em áreas de baixa aptidão agrícola. Dentre os usos do solo e sistemas de produção fomentados pelo Programa destacam-se as florestas multifuncionais, que são florestas plantadas que conciliam objetivos econômicos e ecológicos visando à produção de madeira e produtos florestais não madeireiros e à geração de serviços ecossistêmicos importantes para a sustentabilidade da produção agropecuária e para o bem-estar das pessoas. Este é o foco da Plataforma Refloresta-SP.
O uso da plataforma é simples. São dez passos que se iniciam após o cadastro do usuário. Em seguida, os dados informados serão município, tipo de vegetação, faixa de declividade existente no imóvel e se as operações são predominantemente manuais ou mecanizadas. Também é necessário informar se o projeto será implantado em Reserva Legal, Área de Preservação Permanente (para imóveis até quatro módulos fiscais) ou em outro local fora dessas áreas. Isso é necessário porque as recomendações observam os requisitos legais que incidem sobre as áreas para as quais ele é indicado.
O critério ecológico é atendido quando o usuário informa a localização da propriedade e o tipo vegetacional que ocorre naturalmente no entorno. Com essas informações, o aplicativo restringe a indicação das espécies àquelas que se adaptam à região e que tendem a ter um bom desenvolvimento. Já o critério econômico considera o preço de mercado dos produtos madeireiros e não madeireiros e também os custos de produção, o que inclui o manejo silvicultural necessário.
A Plataforma Refloresta-SP foi desenvolvido pela SEMIL com a participação de dezenas de técnicos, pesquisadores e produtores rurais, e em parceria com instituições de pesquisa e organizações da sociedade civil, contando também com o apoio do Banco Mundial, do BID e do Fundo Global para o Meio Ambiente – GEF.
Com a Plataforma Refloresta-SP a SEMIL torna acessível um enorme conjunto de informações compiladas, organizadas e processadas que podem ser usadas pelos proprietários rurais, técnicos que atuam em restauração, profissionais da assistência técnica e extensão rural, empresas e organizações da cadeia de restauração e investidores para orientar a implantação de florestas multifuncionais. A atuação destes atores contribuirá para o alcance das metas do Refloresta-SP, assim toda sociedade será beneficiada pela redução dos impactos das mudanças climáticas e pelos ganhos relacionados à qualidade ambiental, ao desenvolvimento socioeconômico e ao bem-estar humano.
“Com a Plataforma Refloresta-SP os proprietários rurais e técnicos que os assistem têm acesso às melhores informações disponíveis, sem a necessidade de consultas a especialistas em silvicultura de espécies nativas, que são poucos, para orientar a implantação de florestas multifuncionais. É uma consultoria gratuita oferecida pela SEMIL para todos os interessados”.
Para utilizar a Plataforma Refloresta-SP, acesse:
https://refloresta.ambiente.sp.gov.br/login
PREMISSAS
O Refloresta é um aplicativo de recomendações para a implantação de florestas multifuncionais, focando no uso econômico de espécies nativas e/ou exóticas de maneira a respeitar as características silviculturais e ecológicas das espécies.
Para a elaboração das recomendações foram considerados os seguintes pontos:
- Distribuição das espécies no Estado de São Paulo considerando sua adaptação em diferentes fitofisionomias e região ecológica;
- Restrições legais respeitando a localização da área de plantio, ou seja, se o plantio será realizado em Área de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal (RL) ou outras áreas fora de APP e RL;
- Priorizar a recomendação de espécies nativas e exóticas que já possuem dados de produtividade e tratos silviculturais consolidados, ou em fases avançadas de experimentação, obtidos a partir de consulta a empresas, instituições de pesquisa e outras organizações (atualizado continuamente);
- Detalhamento das etapas de implantação, manutenção e colheita, indicando as atividades e insumos necessários, considerando valores médios em R$/ha obtidos para o Estado de São Paulo;
- Para a combinação das espécies considerou-se uma área de 01 (um) hectare, plantada em um espaçamento de 3 m X 3 m, ou múltiplos de três, para facilitar os cálculos e a modelagem. Desse modo, para os cálculos, considerou-se uma densidade de aproximadamente 1.100 indivíduos por hectare.
- De maneira geral, considerou-se que cada espécie poderia representar no máximo cerca de 20% do número total de indivíduos plantados (225 ind.ha), visando combinar no mínimo cinco espécies por hectare. Esse valor variou para algumas espécies que apresentam características ecológicas distintas, de modo que para algumas espécies a densidade foi maior ou menor do que 225 ind.ha.
RESSALVAS
O Refloresta não se destina a orientar as ações de restauração ecológica de áreas naturais e, sim, a implantar florestas multifuncionais em áreas onde é possível haver alguma forma de exploração econômica.
Desse modo, não foram geradas recomendações de plantio para formações campestres, como campo úmido, campo limpo, campo sujo, campo rupestre e campo de altitude ou formações com influência fluvial. Para as áreas de cerrado stricto sensu que ocorrem no Estado de São Paulo foram feitas recomendações considerando uma baixa densidade de árvores por hectare, levando em conta a possibilidade de manutenção de pastagens ou agricultura consorciadas com árvores, quando em áreas de reserva legal.
Microplanejamento com apoio técnico
É importante ressaltar que o uso do aplicativo não exclui o importante papel dos técnicos que irão apoiar os produtores e demais interessados na implantação das florestas multifuncionais. Os técnicos serão os responsáveis por apoiar o microplanejamento dentro da propriedade, e adequar a seleção das espécies recomendadas conforme a disponibilidade e interesse do produtor.
Contínua atualização da base de dados
Para alguns locais do estado a melhor alternativa existente até o momento não resulta em bons resultados econômicos. Estamos em um processo dinâmico de geração de informações e melhoria constante do banco de dados. Optamos por apresentar o que é conhecido agora e deixamos a opção de edição do banco de dados inclusive para inclusão de outras informações que você possa ter. Não hesite em compartilhar conosco também!
FONTE DE DADOS
Custos
Os cenários de custos consideraram os insumos, equipamentos e mão-de-obra necessários para a implantação e manutenção de plantios em um hectare de uma propriedade rural. Considerou-se um horizonte de 30 anos para a elaboração dos fluxos de caixa e indicadores econômicos.
Não foi considerada a execução das atividades por uma empresa terceirizada, desse modo, custos administrativos e o lucro de empresas prestadoras de serviço não foram considerados nos cálculos. Caso o usuário contrate uma empresa para implantar e manejar seu plantio, o custo final por hectare será superior ao projetado pelo Aplicativo.
Topografia
Foram considerados quatro intervalos de declividade do terreno, para detalhamento dos custos das operações. O aumento de declividade contribui para o aumento dos custos operacionais em decorrência da redução de rendimento, tanto de hora/homem (H/H) quanto de hora/máquina (H/M).
As classes foram definidas conforme especificação abaixo:
- Plano (0 a 8% de declividade)
- Suave Ondulado (8 a 12%)
- Ondulado (12 a 20%)
- Montanhoso (20 a 45%)
O usuário deverá informar em qual classe seu projeto será realizado.
*Não foram feitas recomendações para áreas com declividade acima de 45%. Sugere-se uma avaliação específica da propriedade para estes casos.
Mão-de-Obra
Foram obtidos os valores médios dos salários de 2020 a partir do site da RAIS (MTE; https://bi.mte.gov.br/bgcaged/). Calculou-se a média dos salários por região administrativa. Atribuiu-se 39,37% de encargos trabalhistas, considerando-se uma empresa cadastrada no Simples Nacional. O valor do salário + encargos foi então dividido por 20 dias/mês, e dividido por 8 horas/dia, para chegar ao valor de hora/homem (H/H) para cada categoria.
Operações e Recursos
Foram obtidos os valores médios de rendimento, tanto de hora/homem (H/H) e hora/máquina (H/M) quanto de insumos e equipamentos, para cada uma das atividades aplicadas às etapas de operações silviculturais. Exigências específicas de manejo, principalmente de manutenção (ex.: aplicação de inseticidas, fungicidas, adubos), devem ser consideradas após emissão da recomendação, no momento do planejamento da implantação e das ações de manutenção com apoio técnico.
O custo total das operações está associado aos custos de mão-de-obra (item 1.2).
Tabela 1. Exemplo dos itens considerados na construção dos custos dos projetos no Refloresta.
Item |
Atividades/Equipamentos/Insumos | Data da tomada |
Fontes |
Rendimento de atividade (H/H) | Plantio; Coveamento; Adubação manual; Outros | Jun/2015; Maio a Nov 2022 | AGRIANUAL ; CEDAGRO; TNC; EMBRAPA; EMPRESAS |
Rendimento de máquinas (H/M)
(Trator Pneus 4×4 75cv-125cv) |
Trator + roçadeira; Trator + adubadeira; Trator + carreta; Outros | Ago a Nov/2022
|
AGRIANUAL; EMPRESAS |
Rendimento de insumos (Qtde/ha) | Adubo; Herbicida; Calcário; Outros. | Jun/2015 ; Ago a Nov/2022 | AGRIANUAL; EMBRAPA; TNC |
Preço de insumos | Adubo; Herbicida; Calcário; Outros | Set/2022 a Nov/2022 | IEA; MERCADOS/INTERNET |
Preço de equipamentos e ferramentas | Motorroçadeira; Pulverizador costal; – Motosserra; Outros | Nov/2022 | MERCADOS/INTERNET |
Produtos e Preços de PRODUTOS NÃO-MADEIREIROS
Preços
A principal fonte considerada para a tomada de preços de produtos não-madeireiros foi a CONAB, especificamente os valores tabelados nas seguintes políticas nacionais:
- PGPM Bio (Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade)
- PGPAF (Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar)
- PAB CONAB SP (Preços de Referência Pab CONAB SP 2022)
Considerou-se o valor aplicado em 2022.
Para produtos de espécies nativas que ainda não são tabelados pela CONAB foram consultados:
- Artigos publicados
- Consulta direta
As atualizações dos preços dos produtos serão atualizadas anualmente pelo Comitê Gestor do Refloresta.
Produtividade
As produtividades dos produtos não-madeireiros foram obtidas a partir de diversas fontes:
- Artigos publicados
- Consulta direta a produtores e pesquisadores
- Publicações técnicas da Embrapa
- Agrianual 2021
Os dados de produtividade para as espécies nativas ainda são bastante variáveis, quando não inexistentes. Para garantir projeções conservadoras da produção ao longo de 30 anos, foram consideradas produtividades até 50% inferiores ao esperado em plantios em pomares de monocultivo, buscando assegurar que as estimativas não fossem superestimadas.
Os valores de produtividade (ex: kg/ha) serão atualizados anualmente pelo Comitê Técnico Científico do Aplicativo Refloresta-SP.
Produtos e Preços de PRODUTOS MADEIREIROS
Preços
Foram consideradas 4 faixas de diâmetros para previsão dos desbastes:
- 0 – 12 cm
- 12 – 25 cm
- 25 – 40 cm
- 40 – 80 cm
Para cada faixa foram aplicados preços que refletissem a categoria de uso. Exemplo: classe i) lenha; classe ii) serraria).
É importante ressaltar que essas estimativas foram feitas a partir de equações, e que o desenvolvimento das espécies em campo irá variar conforme as condições de solo, clima e manejo. Por isso, é importante consultar uma assistência técnica para o acompanhamento dos plantios, do manejo e do momento correto de desbaste para a obtenção dos produtos planejados.
Equações de Crescimento
Para as projeções de produção de madeira das espécies nativas foram utilizadas equações diamétricas conforme Nunes et al. (2015).
As equações serão atualizadas anualmente pelo Comitê Técnico Científico do Aplicativo Refloresta-SP.
Informações Ecológicas
A distribuição das espécies dentro do Estado de São Paulo considerou as fitofisionomias e região ecológica. Essas bases foram obtidas a partir das seguintes fontes:
- Fitofisionomias:
Inventário Florestal do Estado de São Paulo (atualizado em 2022 pelo IPA)
- Região Ecológica:
Lista de espécies indicadas para restauração Ecológica para diversas regiões do Estado de São Paulo (Barbosa et al. (2017))
SPECIES LINK: Distribuição de espécies nativas para o Estado de São Paulo.
Especificidades de Manejo
Para espécies frutíferas foram consideradas as etapas de podas de condução e produção, e para as espécies madeireiras foram consideradas as etapas de desrama e desbastes seletivos. Essas atividades estão detalhadas na planilha final que o usuário irá receber, conforme o modelo selecionado.
No Refloresta indicamos ainda a possibilidade de incluir o bambu-gigante (Dendrocalamus asper) como espécie para uso não-madeireiro, para a produção de broto de bambu, que já possui mercado consolidado na região metropolitana de São Paulo. Entretanto, ressaltamos que a inclusão do bambu na propriedade se restrinja em faixas localizadas nas bordas da área de plantio para facilitar o manejo, e sugerimos que o produtor conte com assistência técnica especializada para acompanhamento.
INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E ADMINISTRATIVAS
Região Administrativa
Limites das regiões administrativas do Estado de São Paulo, Instituto Geográfico e Cartográfico – IGC, escala 1:50.000, disponível em <http://datageo.ambiente.sp.gov.br/>
Dados Climáticos
Alvares, C.A., Stape, J.L., Sentelhas, P.C., Gonçalves, J.L.M.; Sparovek, G. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013. | 2013, disponível em <https://www2.ipef.br/geodatabase/>
O Refloresta-SP busca atuar conjuntamente com os municípios paulistas, pois estão mais próximos dos produtores rurais e dos desafios locais. Para tanto, pretende-se apoiar e fomentar projetos municipais convergentes com as diretrizes e objetivos do Programa.
A prioridade é incentivar o aumento da cobertura vegetal nos municípios com menos de 10% de cobertura e, paralelamente, naqueles cuja cobertura esteja entre 10% e 30%, de forma que, dentro das possibilidades, todos possam chegar a 30%, índice considerado adequado para a sustentabilidade ecológica. Dessa forma, foram traçados dois cenários: o atual e o de 2050, no caso de as metas do Programa terem sido atingidas e de os imóveis rurais terem sido regularizados em atendimento à Lei federal nº. 12.651/2012.
Caso sejam alcançados os 30% de cobertura de vegetação nativa em seu território, desde que em áreas situadas fora de Unidades de Conservação de proteção integral criadas pelo Estado, o Município passa a fazer jus à participação no produto de arrecadação do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, nos termos do inciso VIII, do artigo 1º, da Lei nº. 3.201/1981, com as alterações trazidas pela Lei nº. 17.575/2022. Qualquer área de vegetação em Área de Proteção Ambiental também nesse critério.
A implementação do Programa Refloresta-SP trará muitos impactos positivos aos Municípios:
- Melhoria da provisão de serviços ecossistêmicos e da qualidade de vida em seu território;
- Desenvolvimento socioeconômico com a promoção de usos do solo que aliam ganhos ambientais com a geração de renda;
- Acesso a recursos para a implantação de projetos municipais convergentes com o Refloresta-SP;
- Apoio técnico e conjugação de esforços para a melhoria da qualidade ambiental em âmbito local;
- Estruturação para viabilizar a captação de recursos de múltiplas fontes para o desenvolvimento de programas municipais.
Na primeira chamada realizada em 2022 foram selecionados 11 projetos para recebimento de financiamento do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição – FECOP no âmbito do Refloresta-SP, totalizando um valor de 10,9 milhões de reais, contemplando os seguintes municípios e objetos:
Projetos |
Objeto |
Bragança Paulista | Restauração de APPs Plano Municipal da Mata Atlântica |
Queluz | Restauração de APP com semeadura direta (muvuca de sementes) |
Jacareí | Cercamento de APP e instalação de fossas ecológicas |
Socorro | Implantação de Sistemas Agroflorestais em 40 propriedades |
Cruzeiro | Implantação de 30 pomares de semente |
Salesópolis | Restauração com foco na conservação dos recursos hídricos |
São Bernardo do Campo | Sistemas Agroflorestais em terra indígena |
Pederneiras | Recuperação de nascente em parque municipal |
Mendonça | Restauração de APP de lagoa |
Ilha Solteira | Restauração de APP |
Tarumã | Recuperação de nascente |
Além desses projetos, outros três estão em andamento com os municípios de Joanópolis e Piracaia e com o Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ em decorrência de convênio firmado entre o Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística – SEMIL, e a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo – ARSESP, no âmbito do Programa Refloresta-SP, objetivando a conjugação de esforços para a recuperação dos mananciais da Área de Proteção Ambiental – APA Sistema Cantareira e obtenção de subsídios para o desenvolvimento de mecanismos para promover a restauração de mananciais com Soluções Baseadas na Natureza – SbN.
Como os Municípios podem participar do Programa Refloresta-SP?
- Preparando e executando projetos que tenham objetivos convergentes com o Refloresta-SP, especialmente pela implantação de sistemas agroflorestais – SAF, de sistemas silvipastoris ou pecuária ecológica e de florestas multifuncionais, pela implantação de projetos restauração ecológica, pelo controle de processos erosivos e práticas de conservação do solo, pelo saneamento rural e pela implementação de projetos de pagamentos por serviços ambientais. Essas iniciativas poderão ser fomentadas com recursos públicos do Governo do Estado de São Paulo, especialmente aqueles oriundos do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição – FECOP. Já são 11 projetos municipais apoiados no âmbito do Programa Refloresta-SP com recursos do FECOP. Acompanhe as novas rodadas de editais para realização de projetos municipais com recursos doo FECOP;
- Mobilizando os proprietários e produtores rurais para cadastrarem suas áreas no Banco de Áreas do Programa Nascentes e para participarem de projetos e programas de Pagamentos por Serviços Ambientais lançados no âmbito do Refloresta-SP;
- Apoiando os proprietários e produtores rurais do Município, através de assistência técnica e divulgação das recomendações técnicas do Programa;
PARCEIROS E APOIADORES
Além dos proprietários e produtores rurais, principais responsáveis pela mudança do uso do solo pretendida pelo Refloresta-SP, são parceiros do Programa:
Instituição |
Iniciativa que participa |
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP |
“Núcleo de Análise e Síntese de Soluções Baseadas na Natureza” (Biota Síntese) |
Universidade de São Paulo – USP |
“Núcleo de Análise e Síntese de Soluções Baseadas na Natureza” (Biota Síntese) |
Instituto de Pesquisas e Estudos Ambientais – IPEF |
Aplicativo Refloresta – SP |
Organização |
Iniciativa que participa |
The Nature Conservancy – TNC |
Programa Nascentes Estudos para instrumento tarifário para promover a restauração de mananciais com Soluções Baseadas na Natureza – SbN |
Instituto de Pesquisas Ambientais – IPÊ |
Convênio com a ARSESP para a recuperação dos mananciais da APA Sistema Cantareira |
Instituto Democracia & Sustentabilidade (IDS) |
Estudos para instrumento tarifário para promover a restauração de mananciais com Soluções Baseadas na Natureza – SbN |
Prefeitura |
Iniciativa que participa |
Cruzeiro |
Apoio a projetos municipais – FECOP |
Ilha Solteira |
Apoio a projetos municipais – FECOP |
Jacareí |
Apoio a projetos municipais – FECOP |
Joanópolis |
Convênio com a ARSESP para a recuperação dos mananciais da APA Sistema Cantareira |
Mendonça |
Apoio a projetos municipais – FECOP |
Pederneiras |
Apoio a projetos municipais – FECOP |
Piracaia |
Convênio com a ARSESP para a recuperação dos mananciais da APA Sistema Cantareira |
Queluz |
Apoio a projetos municipais – FECOP |
Salesópolis |
Apoio a projetos municipais – FECOP |
São Bernardo dos Campos |
Apoio a projetos municipais – FECOP |
Socorro |
Apoio a projetos municipais – FECOP |
Tarumã |
Apoio a projetos municipais – FECOP |
Investidores e financiadores |
Iniciativa que participa |
Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição – FECOP |
Financiamento de projetos municipais |
Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID |
Aplicativo Refloresta -SP |
Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo – ARSESP |
Convênio com a ARSESP para a recuperação dos mananciais da APA Sistema Cantareira |
Caso seja parceiro ou apoiador e não esteja aqui listado, nos avise!
Caso queira ser parceiro ou apoiador, clique aqui.
LEGISLAÇÃO E NORMAS
- Lei nº. 13.798/2009 – Institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas – PEMC;
- Decreto nº. 55.947/2010 – Regulamenta a Lei nº. 13.798, de 9 de novembro de 2009, que dispõe sobre a Política Estadual de Mudanças Climáticas;
- Decreto nº. 66.550/2022 – Reorganiza o “Programa Remanescentes Florestais”, de que tratam o artigo 23 da Lei nº. 13.798, de 9 de novembro de 2009, e os artigos 51 a 67 do Decreto nº. 55.947, de 24 de junho de 2010, passando a denominar-se “Programa REFLORESTA-SP”, e reorganiza o “Programa de Incentivos à Recuperação de Matas Ciliares e à Recomposição de Vegetação nas Bacias Formadoras de Mananciais de Água – Nascentes”, de que trata o Decreto nº. 62.914, de 8 de novembro de 2017, passando a denominar-se “Programa Nascentes”, e dá providências correlatas;
- Resolução SIMA nº. 045/2022 – Organiza a Unidade de Coordenação do “Programa REFLORESTA-SP”, prevista no artigo 3º do Decreto estadual nº. 66.550, de 07 de março de 2022, e dá outras providências;
- Resolução SEMIL nº. 03/2023 – Institui o Aplicativo Refloresta-SP, cria o Comitê Técnico-Científico do Aplicativo Refloresta-SP e dá outras providências;
ATORES E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ
Ao incentivar a mudança do uso do solo por meio e suas linhas de ação, o Refloresta-SP alcança diretamente os beneficiários do Programa.
A ação destes atores, que resultará no alcance das metas do Refloresta-SP, fará com que toda a sociedade seja beneficiada, não só pela redução dos impactos das mudanças climáticas, como pelos ganhos relacionados à qualidade ambiental, ao desenvolvimento socioeconômico e ao bem-estar humano.
A meta do Refloresta-SP foi estabelecida com foco em áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente – APPs e em regiões onde se verifica a presença de pastos de baixa aptidão agrícola, muitas vezes degradados, ocupando áreas que podem ser melhor exploradas economicamente e com ganho ambiental.
Para tais áreas o Programa propõe usos que aliam ganhos ambientais e econômicos, o que pode parecer solução fácil aos graves problemas ambientais e socioeconômicos que se busca resolver. No entanto, a viabilização dessa alternativa, atraente pelo aspecto do ganha-ganha, é um dos desafios do Programa Refloresta-SP, pois as mudanças de uso do solo demandam investimentos e capacitação técnica de que muitas vezes os proprietários e os produtores rurais não dispõem.
É com esse olhar nos proprietários e produtores rurais que o Programa Refloresta-SP selecionou as ações e instrumentos com que irá buscar as metas estabelecidas: Pagamentos por Serviços Ambientais, fomento e apoio a projetos municipais com repasse de recursos, divulgação de recomendações técnicas e capacitação, estruturação de financiamentos reembolsáveis com condições favoráveis e especiais, e instituição de Programa de Carbono, que permitirá que sejam realizadas atividades em áreas rurais sem que seu proprietário tenha de injetar recursos próprios, visando posterior comercialização de créditos.
Com relação a essa última iniciativa, o potencial de sequestro de carbono com projetos de florestas multifuncionais e sistemas agroflorestais pode ser estimado, de forma preliminar, entre 74 e 104 milhões de toneladas de CO2 equivalente até 2050.
Como se beneficiar diretamente com as ações do Programa Refloresta-SP?
- Procurando ou acionando a Prefeitura de seu Município, solicitando que entre em contato com a equipe do Refloresta-SP para saber como preparar projetos municipais que possam se candidatar a receber recursos do Governo do Estado de São Paulo;
- Entrando em contato com o programa e encaminhando seus comentários, dúvidas e sugestões. Clique aqui para enviar sua mensagem e receber informações sobre o Programa, incluindo as relativas a recomendações técnicas, possibilidades de financiamento e editais abertos.
As atividades restaurativas e os sistemas produtivos multifuncionais propostos no âmbito do Programa Refloresta-SP demandam conhecimentos específicos e apoios técnicos aos proprietários e produtores rurais.
Profissionais ligados à assistência técnica e extensão rural e à restauração serão, assim, cada vez mais demandados.
Uma das ações previstas no âmbito do Programa Refloresta-SP é a divulgação de recomendações técnicas que tenham por objeto florestas multifuncionais, sistemas agroflorestais e silvipastoris que contribuam para a conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos e para a captura e armazenamento de carbono.
Acompanhe as novidades quanto a ferramentas, cursos e materiais produzidos ou divulgados pelo Programa, como o curso de Sistemas Agroflorestais
As mudanças do uso do solo propostas no âmbito do Programa Refloresta-SP implicarão em um aumento da cobertura vegetal nativa no estado de São Paulo, aliada a ganhos econômicos para os proprietários e produtores rurais, sem impactar nenhum hectare de boa produtividade agrícola fora áreas de preservação permanente.
Um dos grandes desafios para que tais mudanças ocorram é o custo inicial para a implantação de projetos e o tempo de retorno mais prolongado, seja na produção de créditos de carbono, seja na produção de produtos florestais de sistemas multifuncionais.
Assim, o desenvolvimento de mecanismos de financiamento para antecipação de receita ao proprietário ou possuidor rural é muito importante para a promoção da restauração de paisagens em larga escala, sendo necessário viabilizar arranjos com aportes de recursos de múltiplas fontes e perfis de investimento, além de fomentar o mercado de carbono, especialmente pelo apoio à implantação de projetos que abranjam desde a elaboração de um ou mais PDD (Project Design Description) no território paulista para a modalidade de Grouped Projects até a emissão dos créditos derivados, incluindo a identificação de financiadores nacionais e internacionais, a partir da utilização de padrões internacionalmente aceitos.
RECURSOS E LINKS ÚTEIS
Produtos técnicos relacionados ao Programa. Clique nos documentos para acessar.
O “Núcleo de Análise e Síntese de Soluções Baseadas na Natureza” (Biota Síntese) tem como objetivo apoiar o Estado de São Paulo no desenvolvimento de políticas públicas socioambientais relacionadas à sustentabilidade agrícola, restauração ecológica, controle de zoonoses e prevenção de doenças em áreas urbanas, considerando soluções essencialmente baseadas na natureza. Em apoio direto aos objetivos do Programa Refloresta-SP, já foram produzidos e publicados os seguintes documentos:
- Contribuições ao Plano de Ação Climática do estado de São Paulo: Estratégias criadas com base nas premissas de que a restauração dos ecossistemas deve ampliar a capacidade do estado de mitigar as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, contribuir para a adaptação às mudanças que já estão ocorrendo.
- Análise de mapeamento de biomassa e carbono no estado de São Paulo: Nota Técnica que apresenta os resultados preliminares do mapeamento da biomassa acima do solo e do potencial de aumento da biomassa no futuro no estado de São Paulo.
- Restauração de Ecossistemas – Financiamento por meio de blended finance e fundos de biodiversidade: Nota Técnica que apresenta fontes de financiamento nacionais e internacionais para a restauração de ecossistemas e a conservação da biodiversidade, visando apoiar o desenvolvimento de políticas públicas de restauração de paisagens e ecossistemas.
O curso SISTEMAS AGROFLORESTAIS – SAF: PRINCÍPIOS E INTRODUÇÃO À METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DA AGROFLORESTA SUCESSIONAL foi elaborado no âmbito do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável – PDRS (Microbacias II) e tem como objetivo disseminar os conhecimentos básicos quanto à produção por meio de SAFs.
É um curso autoinstrucional, voltado aos produtores rurais, profissionais da assistência técnica e extensão rural, estudantes e interessados em geral.
Para acessar:
CONTATO
Dúvidas? Fale conosco
contatorefloresta@sp.gov.br