04/08/2017

Texto: Newton Miura / Foto: Pedro Calado

Por mera curiosidade ou por terem sofrido alguma intoxicação, ou ainda por interesse no potencial paisagístico ou medicinal, muitas pessoas procuram o Herbário do Instituto de Botânica (IBt) e solicitam a identificação de uma planta. Diariamente, chegam em média três pedidos de identificação de todo o Brasil, por e-mail, correio ou pessoalmente, acompanhados de fotografias e amostras das plantas.

Segundo Rosângela Simão-Bianchini, doutora em Ciências Biológicas e diretora do Centro de Pesquisa em Plantas Vasculares, a maioria dos pedidos é de São Paulo, encaminhada por curiosos que querem conhecer o nome popular ou o científico da planta, além da sua origem. Para essas pessoas o serviço é gratuito. “O IBt sempre prestou esse serviço para a população, e isso continua até hoje”, informou.

Quando é solicitada a identificação de plantas com fins comerciais, porém, o IBt cobra uma taxa pelo trabalho, o que ocorre desde 1977. De empresas privadas é cobrada uma taxa de R$ 150,00 por amostra. Caso sejam solicitados laudos ou a descrição da planta é de R$ 300,00, e laudos em inglês custam até R$ 500,00. Mas é necessário solicitar um orçamento.

“Há consultas de todos os tipos de interessados, desde indústrias farmacêuticas e de cosméticos, até consultorias e outros, e há sempre uma grande demanda por parte de editores de revistas especializadas em agricultura, e até mesmo de investigadores da polícia, que buscam indicações para desvendar algum crime”, explicou a especialista.

As amostras devem ser de plantas em estado reprodutivo, cujas características morfológicas são analisadas em laboratório, como o pólen, as pétalas, os tricomas (que são as pilosidades das plantas). Se forem fotos, as imagens devem mostrar vários ângulos das plantas, especialmente as flores e os frutos. No caso de amostras, devem consistir de galhos com as folhas e flores ou frutos, ou a planta toda se for uma erva.

A identificação é feita pelos taxonomistas do IBt, seguindo técnicas específicas.

“Quando obtemos alguns nomes possíveis fazemos a comparação com a coleção do Herbário SP, seguindo um procedimento básico, o que, sendo o nosso acervo muito rico, com mais de 490 mil amostras, nos permite chegar a uma conclusão”, afirmou. O herbário do IBt é a terceira maior coleção do país, atrás das do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e do Museu Nacional do Rio de Janeiro, criado por D. Pedro II, que são respectivamente, as maiores e mais antigas do Brasil.

“Apesar da maioria das amostras ser de plantas comuns, já houve casos de analisarmos espécies raras, sob ameaça de extinção”, salienta a pesquisadora.

 Ipomeia identificada por Rosangela Bianchini

Quem desejar mais informações sobre o serviço pode ligar para o telefone (11) 5067.6083 ou mandar mensagem para o e-mail: bianchini@ibot.sp.gov.br.

Amostras devem ser enviadas para:
Herbário – Serviço de Identificação
Instituto de Botânica
A/C Dra. Rosângela Simão-Bianchini
Av. Miguel Stéfano, 3.687 – Água Funda
04301-902 – São Paulo – SP