
17/11/2017
Maurício Brusadin, Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, liderou a delegação paulista na COP23.
Chega ao final a 23ª Conferência do Clima da ONU (COP 23), que transcorreu na cidade de Bonn, na Alemanha. Durante doze dias, de 6 a 17 de novembro, foram apresentados os esforços dos países participantes, com o objetivo de controlar e diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), com base no Acordo de Paris de 2015 e na Convenção do Clima de 1992.
O Brasil e as demais nações foram cobrados quanto às ações adotadas com vistas à mitigação das emissões e adaptação aos impactos das mudanças climáticas.
Enquanto as emissões brasileiras apresentam crescimento de quase 9%, em relação a 2015, principalmente em razão da deficiência na preservação de florestas, segundo o Sistema de Estimativa de Emissão de Gases do Efeito Estufa (SEEG), o estado de São Paulo apresenta recuperação líquida de carbono por cobertura florestal, colocando-se à frente nas políticas públicas de enfrentamento das mudanças climáticas.
O Governo do Estado de São Paulo, por intermédio do Sistema Ambiental Paulista (SAP), levou à Conferência exemplos de iniciativas de conservação, como o Programa Nascentes, que foi criado após a histórica crise hídrica de 2014 com o objetivo de recuperar as matas ciliares e recompor a vegetação nas bacias formadoras de mananciais.
São Paulo tem a maior área contínua de Mata Atlântica preservada no Brasil, o que reforça a obrigação de cuidar também da restauração do Cerrado e da Mata Atlântica do Interior. Somos o Estado com maior número de Unidades de Conservação (122) e vamos aumentar nossa cobertura florestal através do programa Florestas Paulistas, que propõe produzir com sustentabilidade ambiental e conservar com sustentabilidade econômica.
A Operação Corta Fogo, um conjunto de ações destinadas a monitorar, prevenir, controlar e combater incêndios florestais teve um papel relevante no último mês de setembro, quando a estiagem produziu recordes de focos de calor e área queimada no estado, mas sem o registro de um único óbito humano, graças à ação imediata e ao preparo das equipes.
Lançamos o programa Conexão Mata Atlântica, para preservar os serviços ecossistêmicos associados à conservação da água, da biodiversidade e captura do carbono em zonas prioritárias do corredor sudeste da mata atlântica por meio do pagamento dos serviços ambientais.
O Programa Município Verde Azul, criado em 2007, apoia a eficiência da gestão ambiental nos municípios, estimula e auxilia as prefeituras na elaboração e execução de políticas públicas estratégicas para o desenvolvimento sustentável, com ações de resiliência climática inclusive.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), que integra o Sistema Ambiental Paulista, é a primeira agência ambiental do país e, em seus 49 anos de existência, tornou-se referência nacional no controle e fiscalização ambiental, com diversas ações que se traduzem em mitigação na emissão de gases de efeito estufa.
Em relação à produção de energia, São Paulo é reconhecido mundialmente pelo fato de 58% de sua matriz ser renovável e a biomassa, incluindo o etanol, parte disso. Para criar novas fontes de energia o estado está investindo em um moderno sistema de gestão de resíduos sólidos com viabilidade econômica. O aterro do século XXI visa ao tratamento do lixo num modelo de consórcio municipal, que permite produzir energia e ainda devolver créditos pela receita obtida.
Com o objetivo de cumprir o Acordo de Paris, São Paulo propôs ao nosso Governo Federal, através do IBAMA, o PROCONVE, um alinhamento com os padrões internacionais de emissões de CO2 dos veículos a partir de 2022, contribuindo com a redução das emissões em escala global. A proposta permitirá uma redução estimada em 370 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o que representa mais de 70 bilhões de dólares de economia no consumo de combustíveis até o ano 2030.
Por meio do alinhamento com as melhores práticas internacionais, acreditamos que o Brasil poderá atingir um padrão de desenvolvimento com consumo eficiente, produção competitiva, preservação integral e dignidade social. Foram estas perspectivas de sustentabilidade que o Sistema Ambiental Paulista compartilhou com o mundo na COP 23.