
07/11/2017
Luis Alberto Bucci, diretor do Instituto Florestal
Walter Tesch, diretor executivo da Fundação Florestal
O dia 7 de novembro é marcado pela comemoração do DIA DA FLORESTA E O CLIMA. A efeméride chama à reflexão a associação floresta/clima, temas vitais para a existência da espécie humana e da vida no planeta, cada vez mais ameaçada pelos extremos climáticos, chuvas intensas, seca, crises hídricas, incêndios florestais e colapsos de comunidades com elevado custo social e econômico.
Quem conhece, valoriza e defende, por esta razão, as instituições guardiães e gestoras do patrimônio ambiental, econômico e social, as chamadas “irmãs siamesas” do Sistema Ambiental Paulista, conduzido pela Secretaria do Meio Ambiente: o Instituto Florestal (IF) e a Fundação Florestal (FF) que evidenciam alguns aspectos deste sistema. O Instituto é base do maior think tank na área florestal do Brasil, acumulando uma contribuição histórica com desdobramento em conhecimento e benefícios econômicos inestimáveis para toda sociedade paulista e brasileira. Uma mostra pode ser apreciada no Museu do Eucalipto na FEENA (Floresta Edmundo Navarro), em Rio Claro, e no Museu da Madeira, no Horto Florestal.
A Fundação é responsável pela gestão de 94 Unidades de Conservação (cerca de 1 milhão de ha de proteção integral e 3,2 milhões de ha em unidades sustentáveis) com milhares de visitantes anuais em parques (como a Cantareira, Ilha do Cardoso, Intervales, Petar, Jaraguá, Ilha Anchieta, Ilha Bela, etc). Dezenas de bases em parques e estações ecológicas dão suporte a centenas de pesquisadores e suas unidades abrigam alguns milhares de moradores classificados como população tradicional. É necessário destacar também a sintonia deste segmento com a Lei e a Política Estadual de Mudanças Climáticas. Portanto, estas florestas e unidades de conservação prestam essenciais serviços ambientais, ignorados pelo conjunto da sociedade, como o fato de produzir 62% da água de abastecimento público, assim como seu papel no equilíbrio climático, uma vez que a grosso modo cada hectare de mata atlântica captura em média 42 toneladas de CO2.
Além destes valores tão invisíveis quanto significativos, Instituto e Fundação fazem gestão e comercialização de madeira e resinas produzidas pelas florestas. Estas atividades geram forte impacto na economia local, com emprego, renda, tributos e contribuem para a sustentação das duas instituições, desonerando o tesouro estadual. Em um esforço comum, equipes técnicas e a gestão atual estão racionalizando este processo para aprofundar sua funcionalidade operacional em sintonia com serviços ecossistêmicos e sócio-econômico-florestais. Cabe destacar que, mesmo com incertezas de gestão, nos últimos 5 anos a comercialização de madeira e resina geraram cerca de 29 milhões de reais. Com a nova modelagem proposta, só em uma, das vinte glebas em planejamento, há projeção potencial para gerar em 5 anos cerca de 20 milhões de reais. No exame de alternativas de gestão, destacamos que o arrendamento de 1 ha para cana gera em média R$ 1.000,00 e 1 ha produzindo resina gera R$ 4.000,00. As florestas são parte de uma economia sistêmica que demanda conhecimento e gestão racional, e são imprescindíveis ao bem comum, não cabendo exploração ou uso egoísta. Sua gestão propicia a integração de diversas instituições, fortalece os municípios e as comunidades do entorno, gerando coesão social numa equação em que todos ganham e que garante um futuro sustentável.
Temos certeza que com compromisso, transparência e um modelo de gestão pública profissional e contínua, fundamentada no bem comum, teremos condições para viver com equilíbrio e avançaremos para uma economia do século XXI.