27/07/2022

Fundamental ecossistema para o equilíbrio climático esteve em debate; especialistas alertaram para a importância da preservação

 

A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente organizou evento especial na última terça-feira, 26, para celebrar o Dia Mundial de Proteção aos Manguezais. Em parceria com a Agência Brasileira de Gerenciamento Costeiro, Agência Costeira e a HC2, foram apresentadas as técnicas de recuperação e manejo do ecossistema e debatido o papel do mercado de carbono no financiamento desse esforço governamental, acadêmico e da sociedade civil na manutenção da estabilidade territorial e preservação dos mangues.

Ecossistema fundamental no equilíbrio climático, os manguezais são característicos de regiões tropicais e subtropicais e estão sujeitos ao regime de marés. No Brasil, ocorrem de Santa Catarina ao Amapá. No estado de São Paulo, se distribuem por todo o litoral, sendo a maior extensão no Litoral Sul e Baixada Santista. Segundo mapeamento do Inventário Florestal 2020, o estado possui 24.574 hectares de mangue.

Durante seminário, o secretário executivo de Infraestrutura e Meio Ambiente, José Amaral Wagner Neto pontou os desafios e práticas que contribuem para a preservação do bioma. “O Governo de São Paulo na última década fez um excelente trabalho no sentido de avançar na regulamentação, diagnóstico e entendimento dos desafios da nossa gestão costeira e da proteção das áreas marinhas. A elaboração das APAS marinhas, dos planos de manejo, do Zoneamento Ecológico-Econômico, a atualização do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, consolidam nossa preocupação com o território marinho costeiro. Nosso próximo passo é criar programas e políticas públicas de conservação marinha, explorando esses novos desafios e colocando em prática as ações”.

Os manguezais estão entre os ecossistemas, biologicamente, mais produtivos e importantes do mundo. Fornecem bens e serviços exclusivos para sociedades e sistemas costeiros, destacando-se as condições propícias para alimentação, proteção e reprodução de muitas espécies animais e a estabilização da linha costeira contra ações erosivas ou na redução de impacto de fenômenos extremos, como tempestades e furacões, e também na redução dos efeitos das mudanças climáticas e no sequestro e estoque de carbono.

“Além de berço da biodiversidade, os manguezais retêm um grande estoque de carbono. Focar na restauração desse ecossistema atrelada à geração de créditos de carbono e ao pagamento pelos serviços ambientais que as comunidades do entorno prestam para a proteção dos manguezais, gerando inclusão social e valorização cultural, parece-nos uma das medidas imediatas que podem ser implementadas”, ressaltou o diretor executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz.

O evento ainda abordou temas como políticas e responsabilidades públicas relacionadas as experiências exitosas de outros estados na recuperação do ecossistema, importância da Educação Ambiental e da Participação Social na sua proteção e manejo. Estiveram presentes representantes do Instituto de Pesquisas Ambientais, Cetesb, Agência Costeira, HC2, Instituto Oceanográfico – USP, Secretaria do Patrimônio da União, Projeto Uçá, entre outros.

 Proteção aos manguezais

Importantes manguezais do litoral paulista foram incluídos em áreas de proteção ambiental, caso das APAs Marinhas do Litoral Norte e do Litoral Centro e nas Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIEs) de São Sebastião e Guará. As APAs Marinhas complementam a proteção do entorno de Unidades de Conservação de Proteção Integral estaduais, como os parques da Serra do Mar, da Ilha Anchieta, de Ilhabela e da Laje de Santos; e federais, como as Estações Ecológicas Tupinambás e Tupiniquins. Os manguezais situados no entorno da APA Marinha do Litoral Sul estão sob a gestão de outras UCs, que são: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, APA de Ilha Comprida, APA Federal de Cananeia-Iguape-Peruíbe, ARIE do Guará, APA Ilha Comprida e as integrantes do Mosaico do Jacupiranga.