
14/02/2024
Capital detém o maior número, conforme cadastro realizado pela Semil para ampliar o suporte aos criadores. Adesões, em 2023, chegaram a 773
Essencial para a polinização da flora nativa (respondem por 90% desse processo) e para a agricultura familiar pela produção de mel, cera e própolis, a criação de abelhas nativas sem ferrão conta com o incentivo da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do Estado de São Paulo, que reuniu os meliponários em um cadastro para ampliar a assistência aos produtores. Foram quase 2,5 mil incluídos até dezembro, dos quais 773 deles ao longo do ano. O Brasil é um dos locais com maior ocorrência de abelhas nativas, com 260 espécies. No estado de São Paulo, ocorrem naturalmente 54 espécies.
Desde 2021, a capital paulista vem se destacando, obtendo o maior número de adesões (282), seguida de Campinas (80), Ribeirão Preto (71), São José dos Campos (59) e Sorocaba (49).
O cadastramento, antes voltado para criadores que já possuíam colônias de abelhas nativas sem ferrão, continuará ativo no portal da Semil, já que o objetivo da secretaria é o de apoiar o máximo possível de criadores.
A medida visa promover a gestão da meliponicultora no Estado, e reforça a segurança dos meliponicultores, que desde a regulamentação da atividade em 2021, podem adquirir colônias de outros meliponários autorizados, capturar novos ninhos, manter sob seus cuidados e fazer o manejo reprodutivo para a formação de novas matrizes.
“Sabemos a importância das abelhas no contexto do reflorestamento”, destaca o subsecretário de Meio Ambiente, Jônatas Trindade. “É fundamental que tenhamos esse olhar para um cultivo seguro e consciente de forma que os cultivadores possam contar com o apoio e monitoramento por parte do Estado”, acrescenta.
O cadastro para os interessados em iniciar a criação deve ser realizado junto ao início das atividades. O registro é autodeclaratório, tem validade e a autorização para funcionamento tem validade de 120 meses para os casos que envolvem apenas a criação de espécies nativas para o Estado, e de 36 meses quando envolve a criação de espécies que não são de ocorrência natural no Estado. Para isso, basta acessar o Sistema Integrado de Gestão da Fauna Silvestre (Sigam) no ícone GeFau. O banner “Meliponicultor” mostra as informações necessárias, como a lista de espécies que ocorrem no Estado para criação e o manual do meliponário com um passo-a-passo para a realização do cadastro. ( https://bit.ly/cadastro_meliponicultor)
Sobre meliponíneos – Apesar de chamadas de abelhas sem ferrão, as abelhas nativas, meliponas ou simplesmente “meliponíneos” possuem ferrão, mas por ser atrofiado, não é utilizado por elas como estratégia de defesa. Na grande maioria são abelhas mansas e não apresentam riscos para os seres humanos. As espécies de meliponíneos utilizam diversos locais para construírem seus ninhos.
Podem-se encontrar ninhos expostos, ou parcialmente expostos, em troncos e ocos de árvores vivas ou mortas, em fendas entre rochas (paredões rochosos), cavidades feitas por outros animais, como os ninhos de aves, cupinzeiros, ou no solo, como nos ninhos de formigas abandonados.
Existem espécies que conseguem construir seus ninhos em ambientes como paredes de alvenaria, telhados ou qualquer outra estrutura na quais proporcionem as condições adequadas para espécie, como até mesmo em caixinhas de campainhas, como é o caso das espécies mirim-preguiça e jataí.