25/10/2023

Reunião do Consema apresentou premissas que devem nortear ações de mitigação e adaptação; Programa Escola nos Parques também foi detalhado

Internalizar o conceito de Justiça Climática em todas as ações do Governo do Estado é o principal desafio do Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (Pearc) de São Paulo. A premissa foi um dos temas discutidos na 247ª Reunião Ordinária do Plenário do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), realizada nesta quarta-feira (25), na sede da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), na capital. O encontro foi presidido pela secretária Natália Resende. 

No âmbito do Pearc foram apresentados cinco eixos temáticos que vão nortear as análises de risco climático, atuais e futuras – Saúde Única, Biodiversidade, Segurança Hídrica, Segurança Alimentar e Zona Costeira. Todos terão como temas transversais Populações Vulnerabilizadas (tanto pessoas em regiões de risco geológico, quanto em dificuldade de adaptação às mudanças climáticas), Infraestrutura e Logística. O eixo Saúde Única coloca na mesma dimensão o bem estar humano, o bem estar animal e o equilíbrio do meio ambiente, em uma relação cujo foco é avaliar o aumento da incidência de arboviroses e zoonoses a partir do risco climático. A Biodiversidade prevê avaliação do risco climático na distribuição dos biomas – Mata Atlântica e Cerrado – considerando fontes de degradação, como queimadas e aumento de temperatura. 

Em Segurança Alimentar, o foco é a agricultura familiar e os riscos para a produção dos alimentos. Já para a  Segurança Hídrica, será levada em consideração a disponibilidade e a qualidade do acesso à água, sobretudo na Região Metropolitana de São Paulo. Já o último eixo considera os impactos na Zona Costeira decorrentes de perfis geológicos e hidrometeorológicos dessa região. Pelo calendário apresentado na reunião, as diretrizes do Plano serão definidas ainda neste ano, as primeiras propostas em meados de 2024, seguidas por consulta pública; e a versão final em outubro. 

O plenário destacou também o programa Escola nos Parques, que visa reforçar a educação ambiental no sistema público de ensino paulista levando o maior número possível de atividades pedagógicas para dentro de parques e áreas de conservação do Estado. “Esta é uma pauta relevantíssima, muitas vezes as pessoas não dão atenção, mas a educação ambiental vai fazer toda a diferença para as futuras gerações. Precisamos, cada um no seu âmbito, levar a conscientização ambiental a elas”, declarou a secretária Natália Resende. 

As atividades do Escola nos Parques devem ser relacionadas com o Currículo Paulista, estar previstas no calendário escolar anual e incluir tanto escolas urbanas quanto rurais, indígenas e quilombolas. Precisam também ocorrer preferencialmente em um raio de até 30 km de distância das unidades educacionais. À Semil caberá a articulação das atividades junto às unidades de conservação e a elaboração dos roteiros. 

Segundo a diretora do departamento de políticas públicas da Coordenadoria de Educação Ambiental (CEA) , Rita Zanetti, já foi realizado um levantamento de áreas que, a curto prazo, podem receber roteiros pedagógicos. São os parques da Juventude, Ecológico do Guarapiranga, Ecológico Tietê, Água Branca, Estadual do Belém, Villa Lobos, o Projeto Pomar Urbano, o Zoo SP e o Jardim Botânico. A partir de 2024 serão disponibilizados novos roteiros fora da Região Metropolitana, além de tours virtuais para estudantes de todas as regiões.