27/06/2025

Integrantes do Plano Estadual de Energia 2050 apresentam os cenários macroeconômicos que vão moldar o futuro energético de SP até 2034

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), por meio da Subsecretaria de Energia e Mineração, promoveu, em 25 de junho, mais um encontro no âmbito do planejamento energético do Estado de São Paulo. O evento teve como objetivo apresentar os cenários macroeconômicos do Plano Paulista Decenal de Energia 2034 (PPDE 2034), com horizonte de 10 anos, alinhado às diretrizes e premissas do planejamento estratégico dispostas no Plano Estadual de Energia 2050 (PEE 2050). O projeto é liderado pela subsecretária de Energia e Mineração, Marisa Barros, e executado por pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), sob a coordenação do professor Dorel Ramos, do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Poli-USP. 

Em formato híbrido, os pesquisadores apresentaram informações relevantes sobre os cenários macroeconômicos global, nacional e estadual, além de detalharem a metodologia do PPDE 2034, estruturada em 12 temas-chave. Os temas abordam desde o panorama macroeconômico até questões como biocombustíveis, eficiência energética, demanda, oferta e balanço de eletricidade, incluindo os setores de transporte rodoviário, aéreo, ferroviário e hidroviário. Na pauta, discutiu-se a relevância do PPDE 2034 na definição de metas e ações concretas de planejamento tático para impulsionar a transição energética em São Paulo. 

“Os resultados apresentados aqui reforçam que o Estado de São Paulo, além de reunir os condicionantes de segurança jurídica, previsibilidade, infraestrutura robusta, mão de obra qualificada e matriz energética majoritariamente renovável, também apresenta uma economia pujante que seguirá em crescimento nos próximos anos, consolidando a posição do Estado como grande celeiro de investimentos nacionais e globais em projetos de transição energética”, explicou a subsecretária Marisa Barros. 

O projeto do PPDE 2034 foi iniciado em janeiro de 2025, com previsão de conclusão em agosto de 2026. Ele se concentra em pesquisas e projeções sobre o consumo e a oferta de energia elétrica, eficiência energética, frota de veículos e uso de energéticos no setor de transportes. “Nesta etapa, apresentamos os resultados dos cenários macroeconômicos global, nacional e estadual — estudos essenciais para todas as frentes do projeto, como sua estrutura e metodologia aplicadas”, afirmou o professor Dorel Ramos. 

O encontro também abriu espaço para o diálogo com os participantes, promovendo uma escuta ativa e o compartilhamento de experiências sobre as ações em andamento. Estão previstos ao menos mais dois workshops, com foco na discussão da oferta e demanda de energia e nos resultados preliminares do plano. Esse processo culminará em uma consulta pública programada para novembro de 2025. 

Campanha Race to Zero 

O Estado de São Paulo aderiu à campanha Race to Zero no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). A campanha Race to Zero é uma iniciativa global que visa mobilizar atores não estatais, como empresas, cidades, regiões, instituições financeiras e estabelecimentos de ensino, para assumir compromissos ambiciosos e ações imediatas na redução de emissões de gases de efeito estufa, com o objetivo de alcançar emissões líquidas zero até 2050. 

Com essa adesão, São Paulo assumiu o compromisso de elaborar o Plano de Ação Climática e o Plano Estadual de Energia, com meta de alcançar a neutralidade de carbono até 2050, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas globais. Ambos compõem a estratégia climática paulista. O Plano Estadual de Energia 2050, de longo prazo e nível estratégico, alinhado com o Plano de Ação Climática e concluído em 2024, previu a elaboração de um plano tático, o Plano Paulista Decenal de Energia 2034, em elaboração, como instrumento para detalhar as ações no horizonte de 10 anos, de 2025 a 2034. 

Enquanto o planejamento estratégico define a visão de longo prazo, os grandes objetivos e a direção macro da transição energética, o planejamento tático foca na operacionalização desta visão. Ele detalha as metas, as ações específicas, os investimentos necessários, as tecnologias a serem implementadas e os prazos para cada etapa, transformando a ambição em um roteiro concreto e mensurável. 

O plano tático oferece a capacidade de ajustar o curso em resposta a mudanças tecnológicas, econômicas e geopolíticas que surgem em um horizonte mais próximo, sem comprometer a meta estratégica final. É um mecanismo de ‘correção de rota’ que garante que o planejamento de longo prazo permaneça relevante e eficaz diante de um cenário energético em constante evolução. 

São Paulo foi o primeiro estado brasileiro a elaborar um plano de energia com meta de neutralidade de carbono até 2050. O Plano Estadual de Energia 2050 é um instrumento tanto de planejamento para o setor público quanto de previsibilidade para o setor privado.