
13/05/2015
A secretária do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, e o diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, Martin Grossmann, abriram ontem (12/5) o Seminário Pró-Primatas Paulistas, que reuniu especialistas e estudiosos dos primatas no auditório do IEA.
Em seu pronunciamento, Grossmann destacou a importância da participação do instituto no evento, referindo-se também à criação da Rainforest Business School – Escola de Negócios Sustentáveis da Floresta Tropical.
“É a primeira iniciativa desta natureza, num processo colaborativo com academia, empresas e sociedade civil. A escola terá como foco negócios sustentáveis relacionados à floresta tropical, utilizando o estado da arte do conhecimento neste campo. Ela abordará amplo escopo da cadeia de valor, da pesquisa tecnológica a produtos, negócios e desenvolvimentos de mercado”, disse Grossmann.
Patrícia Iglecias manifestou inicialmente “alegria” de participar do seminário na USP. “É a minha casa, para sempre”. Em seguida, ressaltou as parcerias científica e cultural com a universidade, “fundamentais para a troca de informações e experiências”. Depois discorreu sobre proteção da fauna, um dos cinco eixos dos programas de sua gestão.
Os trabalhos começaram com a palestra magna do veterinário, microbiologista, primatologista e professor Milton Thiago de Mello. Do alto de seus 99 anos, dos quais mais da metade dedicados ao estudo e ensinamento dos primatas, ele contagiou a plateia com bom humor ao contar como sempre ilustrou suas palestras, dos slides ao pendrive.
O professor traçou um panorama histórico desde o primeiro momento em que se interessou pelos primatas até a criação dos primeiros eventos dedicados à preservação das espécies ameaçadas. “Vocês podem perguntar sempre as mesmas coisas, mas as respostas serão sempre diferentes”.
Na sequência do seminário, o coordenador da Comissão Pró-Primatas Paulistas, José Pedro de Oliveira Costa, falou sobre os objetivos do grupo, que elaborou o Plano de Ação para Conservação dos Primatas Paulistas. Este prevê, entre outros, os seguintes projetos: plano de atendimento a emergências, conservação do mico-leão-preto em paisagens fragmentadas, pesquisa e conservação de muriqui-do-sul em Barreiro Rico, estratégia para conservação no extremo oeste paulista, e ampliação da Estação Ecológica de Caetetus.
Ainda na parte da manhã, Leandro Jerusalinsky, coordenador do CPB/ICMBio, abordou o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação dos Primatas Brasileiros. Já a palestra de Jean Paul Metzger, do Instituto de Biociências/USP, enfocou a restauração de florestas e conectividade, e a de Mauricio Talebi, da Unifesp, o Projeto Muriqui.
Warwick Manfrinato, do Grupo de Pesquisa Amazônia em Transformação do IES-USP, abriu os trabalhos da tarde, aprofundando o tema Rainforest Business School – Escola de Negócios Sustentáveis da Floresta Tropical. Em seguida, Marcio Port de Carvalho, do Instituto Florestal, falou sobre a ocorrência do sagui-da-serra-escuro (allithrix aurita) em São Paulo e prioridades de pesquisa e ações do IF.
Edson Montilha, da Fundação Florestal, apresentou o mapeamento da ocorrência e primatas nas unidades de conservação do estado e Dilmar de Oliveira, da CBRN, sobre a ocorrência dos bugios do México até o Rio Grande do Sul. Cauê Monticelli, da Fundação Zoológico, tratou do programa de conservação integrada do mico-leão-preto desenvolvido pela instituição, e Gabriela Rezende, do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE), sobre o Projeto Mico-leão-preto de sua entidade.
O seminário terminou com a explanação de Maria de Lourdes Rocha Freire, integrante da comissão, sobre o Plano de Ação dos Primatas Paulistas, seguido de debate.
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